Procurador-geral da Venezuela anuncia 36 prisões ligadas a planos para matar Nicolás Maduro, gerando turbulência política e suspendendo acordo eleitoral.

O procurador-geral da Venezuela anunciou nesta sexta-feira que o número de presos em uma operação que estava relacionada a supostos planos para matar o presidente Nicolás Maduro subiu para 36. Segundo a agência de notícias Reuters, as revelações recentes provocaram turbulências no meio político venezuelano, levando o governo local a declarar que o acordo firmado com a oposição, no ano passado, para a realização de eleições no segundo semestre, “está em suspenso”.

Em uma entrevista coletiva, o procurador-geral Tarek William Saab chamou a suposta operação, que deveria ocorrer perto do Ano Novo, de “conspiração continuada”. Ele ainda afirmou que o plano previa ataques contra instalações militares no intuito de roubar armas para, mais tarde, assassinar Nicolás Maduro e o governador do estado de Táchira, Freddy Bernal. Dentre os presos e os que tiveram ordens de prisão estão ativistas de oposição, jornalistas e militares aposentados, inclusive no exterior.

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Durante a entrevista, Saab mostrou vídeos que alguns dos acusados fizeram perto das instalações militares que, segundo ele, pretendiam atacar antes da ação contra Maduro. Além disso, os promotores afirmaram que outros quatro planos de magnicídio estão sendo investigados.

O procurador-geral aproveitou a oportunidade para fazer uma crítica ao Equador, afirmando que a Venezuela não é o Equador e nem o Peru. Saab disse que vai prender todas as pessoas que “tentam desestabilizar o país”.

Desde a revelação dos supostos planos, o tom do governo em relação à oposição se deteriorou. Aliados de Maduro, como o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, disseram que haverá eleições no segundo semestre, como previsto pela Constituição, mas não garantiram o cumprimento do Acordo de Barbados, firmado no ano passado com a oposição, com mediação da Noruega.

O plano previa, além do pleito, prometia oferecer garantias democráticas, mas organizações de direitos humanos e ligadas à oposição afirmam que o número de prisões tem aumentado nos últimos meses. Na quinta-feira, o presidente Maduro afirmou que o acordo de Barbados estava “mortalmente ferido”.

Essas revelações recentes causaram um clima de instabilidade política na Venezuela e levaram o governo a reconsiderar a realização das eleições previamente acordadas com a oposição.

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