Repórter Recife – PE – Brasil

Governo de Javier Milei retira reformas fiscais de lei com mais de 600 artigos após ampla rejeição da oposição.

O governo liderado por Javier Milei surpreendeu a todos ao retirar as reformas fiscais incluídas em um projeto de lei com mais de 600 artigos enviados ao Congresso argentino. A justificativa para essa decisão foi a rejeição generalizada da oposição a esse capítulo do projeto de lei, que ficou conhecido como “Lei Ônibus”.

O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou a retirada das medidas fiscais em uma coletiva de imprensa, afirmando que o governo ouviu a todos e compartilha boa parte das demandas que foram levantadas. As reformas tributárias e previdenciárias foram os maiores obstáculos à aprovação do projeto de lei, que teve uma recepção positiva para os mais de 500 artigos restantes.

Após a retirada do capítulo fiscal, Caputo enfatizou que o governo não desistirá do compromisso de chegar ao equilíbrio fiscal e à meta de déficit zero, mas que dará mais tempo para negociar as reformas. Algumas das partes mais importantes do projeto de lei incluem a privatização de dezenas de empresas, com exceção da empresa petrolífera YPF SA.

Com o capítulo fiscal fora do caminho, a expectativa é que o projeto de lei seja votado pela Câmara dos Deputados na próxima terça-feira. O governo, no entanto, enfrenta a oposição que ameaça rejeitar quase 200 reformas quando a lei for votada artigo por artigo, caso não haja aceitação das modificações propostas.

Desde que Milei assumiu o cargo, o banco central comprou mais de US$ 5 bilhões em reservas, enquanto a inflação, que atingiu 25,5% em dezembro de 2023, “desacelerou acentuadamente” em janeiro, de acordo com o presidente. Em entrevista, Milei também ressaltou que a Argentina está mais perto de cumprir sua proposta de dolarizar a economia.

O projeto de lei, concebido para revolucionar o sistema econômico argentino, alterando centenas de leis e regulamentos, é um grande desafio para o governo. O presidente e sua equipe têm enfrentado críticas e pressões, mas demonstram disposição para avançar com as reformas que consideram essenciais para o país. A retirada das medidas fiscais representa um novo capítulo nesse desafio, com o governo demonstrando capacidade de ouvir e negociar em busca de consensos.

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