Mirelis é sócia de seu marido na GAS Consultoria Bitcoin, empresa investigada por lavagem de dinheiro. O casal movimentou, de acordo com as investigações, a extraordinária quantia de R$ 38 bilhões entre os anos de 2015 e 2021. Eles são acusados de operarem um esquema piramidal usando criptomoedas.
A prisão de Mirelis surpreendeu muitos, uma vez que no final do ano passado ela obteve um Habeas Corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, a ministra Daniele Teixeira estabeleceu condições para sua liberdade provisória, incluindo a entrega do passaporte e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, ela foi proibida de se comunicar com seu marido, realizar investimentos e saques. Apesar disso, ela conseguiu deixar a lista de procurados pela Interpol em dezembro, o que levanta questões sobre sua prisão agora nos EUA.
Sua defesa aguarda informações oficiais das autoridades americanas, e afirmou em nota que as supostas irregularidades em seu visto eram desconhecidas por seus advogados. Mirelis deixou o Brasil e se mudou para os EUA em 2021, tendo obtido um visto de estudante com a ajuda de Ricardo Rodrigues Gome, um ex-piloto da Varig com ligações com o famoso traficante colombiano Pablo Escobar.
A Polícia Federal investiga se Mirelis ainda coordenava o esquema em solo americano, uma vez que nos últimos meses ela reativou suas redes sociais para afirmar que a empresa não tinha mais capacidade de indenizar os clientes. Além disso, ela compartilhou trabalhos como DJ e artes feitas com inteligência artificial. No entanto, após sua prisão, seu perfil postou um vídeo em que ela se apresenta como a Mulher-Maravilha.
Enquanto isso, seu marido, o “Faraó dos Bitcoins”, está preso desde 2021 e tem sido mantido sob prisão preventiva, apesar das contestações de sua defesa. A empresa de Gladison, com sede na Região dos Lagos, é acusada de operar um esquema de pirâmide ligado às criptomoedas, atraindo investidores com promessas irrealistas de retorno financeiro. O total das movimentações financeiras nas fraudes tem sido descrito como bilionário. Acácio prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em bitcoins, mas a Polícia Federal afirma que a GAS nem sequer reaplicava os aportes em criptomoedas, enganando duplamente os investidores.
Tanto Mirelis quanto seu marido estão envolvidos em um caso complexo que movimentou cifras bilionárias e suas prisões levantam questões sobre o alcance global dos esquemas ilegais envolvendo criptomoedas. Esta prisão nos EUA é um novo capítulo na saga do “Faraó dos Bitcoins” e de sua esposa, e a colaboração entre as autoridades dos Estados Unidos, Brasil e Venezuela tem sido crucial para a investigação este caso. A situação de ambos ainda é incerta, e o desdobramento desse caso promete ser repleto de desafios legais e processuais nos próximos dias.
