O modelo de produção rural defendido pelo MST tem o potencial de gerar ocupações e rendimentos para além dos assentados, de acordo com Amorim. Ele destacou que, ao assentar uma família, não se está apenas criando trabalho para uma pessoa, mas para toda a família, além de utilizar a força de trabalho das pessoas que vivem ao redor nas safras, plantios e colheitas.
No entanto, Amorim criticou a falta de diretrizes para a distribuição de terra para as famílias dispostas a trabalhar no campo, além da ausência de um programa de reforma agrária do governo que estabeleça metas e estruturação. Ele também lamentou a falta de verba para a reforma agrária em um ano difícil para o movimento.
Além das questões relacionadas à reforma agrária, o MST está preocupado com a organização de grupos armados para combater movimentos de camponeses e populações indígenas. Ceres Hadich, da direção nacional do MST, denunciou a tentativa de organização de uma milícia no campo brasileiro, destacando que essa ação é uma afronta contra a democracia e o direito legítimo da organização popular.
Apesar da violência, o MST reafirma a intenção de continuar a luta pela reforma agrária, realizando ocupações massivas e manifestações. O movimento também busca o diálogo com a sociedade, destacando a importância da divulgação da produção das famílias assentadas para que a sociedade compreenda o papel do MST. A venda direta dos produtos nas feiras e lojas do movimento, assim como as doações realizadas pelos produtores, contribuem para esse diálogo com a sociedade brasileira.