Forças Armadas da Venezuela atacam avião invasor em zona montanhosa usada por narcotraficantes, provocando destruição da aeronave.

Na última sexta-feira (26), as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) da Venezuela interceptaram e destruíram um avião que alegadamente invadiu o território venezuelano. A região em que ocorreu o incidente é na área montanhosa coberta de florestas de Zulia, no oeste do país, que tem se tornado um ponto central do crime organizado na América Latina. Essa região é fronteiriça à Catatumbo, na Colômbia, que é conhecida por ser uma importante zona produtora de cocaína, o que a torna uma área estratégica para as rotas do narcotráfico na região.

Nos últimos anos, os cartéis mexicanos decidiram unir forças com grupos locais em vez de criarem células no exterior, a fim de facilitar a operação e passar despercebidos. A presença desses cartéis na Venezuela tem sido alvo de investigação de diferentes fontes. A organização InSightCrime já documentou a presença do Cartel de Sinaloa no estado de Zulia, chegando ao ponto de renomear uma cidade na região com o nome da organização.

Tal como na Colômbia, fazendeiros, produtores e moradores têm testemunhado a chegada dos mexicanos na região, atividades que incluem festas, músicas típicas e prostituição. De acordo com um relatório da ONU, o Cartel de Sinaloa tem forte presença em Zulia, onde construíram centros de trânsito e armazenamento de drogas, com a ajuda da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia.

Além disso, os cartéis mexicanos encontraram alianças com a rede conhecida como Cartel de los Soles, que controla a circulação da cocaína por meio de seus parceiros mexicanos, de acordo com o ex-diretor de Operações Internacionais da DEA, Mike Vigil.

O avião interceptado e destruído pelas FANB vinha de Cozumel, no México, e entrou no território venezuelano pousando sem autorização. O general Domingo Antonio Hernández Lárez confirmou que a aeronave, um bimotor Gulfstream branco, pode ter ligação com grupos ilegais de tráfico de drogas e armas. As autoridades venezuelanas têm intensificado as ações para conter essas operações criminais, destruindo pelo menos 38 aeronaves supostamente usadas para tráfico de drogas em 2023. E essa recente interceptação é vista como parte desses esforços.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo