A explosão de casos de dengue em 2024 já é refletida nas primeiras semanas do ano, com um número que mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 120,8 mil casos agora, em comparação com 44,7 mil casos no ano anterior. Diante disso, os hospitais da Rede D’Or pelo país registram um aumento de 307% nos casos da doença somente em janeiro, em relação ao mesmo período de 2023.
A preocupação com a dengue cresce não apenas em relação ao número de casos, mas também devido a fatores climáticos. Segundo o médico Julival Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), as alterações climáticas causadas pelo fenômeno El Niño facilitam a infestação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, e são uma das razões para a explosão de casos no país.
Para conter o avanço da doença, gestões estaduais e municipais têm adotado medidas emergenciais de prevenção, como mutirões de limpeza, fumacê, tendas de atendimento e campanhas de incentivo ao combate, uma vez que ainda não dispõem de vacina contra a dengue. Apesar disso, o Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses.
O governo prevê iniciar a aplicação da vacina no início de fevereiro, mas o número de doses é suficiente apenas para atender o público de 10 a 14 anos em regiões com alta transmissão da doença. Já a aplicação gratuita para crianças abaixo de 10 anos, adolescentes acima de 14 anos, adultos e idosos ainda não tem previsão. Além disso, o surto da doença no Distrito Federal levou à declaração de situação de emergência na saúde pública, assim como nos estados do Acre e de Minas Gerais. As Forças Armadas irão dar apoio aos agentes de saúde nas ações de combate à dengue, diante da situação crítica enfrentada.
