Opositora venezuelana María Corina Machado descarta abandonar candidatura presidencial após ratificação de inabilitação política pelo Supremo Tribunal.

A líder opositora venezuelana María Corina Machado afirmou nesta segunda-feira (29) que não abandonará sua candidatura presidencial, mesmo após a decisão do Supremo Tribunal de ratificar uma inabilitação política que a impediria de participar das eleições marcadas para este ano. “Nicolás Maduro não vai escolher o candidato do povo, porque o povo já escolheu o seu candidato, ponto final”, declarou Machado a seus apoiadores, três dias após a decisão do tribunal.

Machado venceu as primárias da oposição em outubro com mais de 2 milhões de votos, do total de 92% apurados. Ela afirmou que “Vamos ganhar, e eles devem se preparar para perder”.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) tomou a decisão no âmbito de um mecanismo criado sob pressão dos Estados Unidos para que candidatos desqualificados pudessem contestar a sanção, em meio aos acordos assinados em Barbados pelo governo e pela oposição em um processo de negociação mediado pela Noruega.

Machado já havia sido inabilitada por um ano em 2015 por participar, como “embaixadora alternativa” do Panamá, de uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). A sanção foi estendida para 15 anos em junho passado, no auge de sua campanha nas primárias.

A Câmara Político-Administrativa do TSJ validou, na sexta-feira, os argumentos da Controladoria para inabilitar Machado. A opositora está no exílio desde então, quando também denunciou supostas violações dos direitos humanos durante os protestos pedindo a saída de Nicolas Maduro.

“Se eles acreditam que declararam minha inabilitação, que saibam bem: declararam o fim dessa tirania”, reforçou Machado aos seus apoiadores.

Mesmo com a declaração do tribunal, a opositora segue determinada a concorrer à presidência da Venezuela nas eleições que estão marcadas para o segundo semestre deste ano. Essa decisão do TSJ pode ter repercussões e mudanças na luta política pela presidência do país latino-americano.

Sendo assim, o processo político na Venezuela está prestes a passar por uma reviravolta significativa, reunindo pressões externas e movimentos internos que prometem modificar a atual situação política no país. A decisão do TSJ promete ser apenas o início de uma controvérsia que promete esquentar nos próximos meses.

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