Protestos na Bolívia causam retenção de caminhões e passageiros, escassez de alimentos e bloqueios em cidades do país

Por mais de uma semana, a Bolívia tem enfrentado uma série de desafios, como caminhões e passageiros retidos, regiões incomunicáveis e escassez em cidades em decorrência de protestos liderados por seguidores de Evo Morales, rival do atual presidente Luis Arce.

Os camponeses e produtores de coca têm bloqueado estradas em todo o país exigindo a renúncia de magistrados que impediram a candidatura presidencial de Morales. Além disso, estes manifestantes também têm pressionado pela convocação de eleições judiciais, com o conflito entre Morales e o governo de Arce como pano de fundo. Com isso, o abastecimento de alimentos e combustíveis tem sido impactado, com escassez de produtos básicos em La Paz e aumento nos preços de carne de frango e outros alimentos nos mercados locais.

Os efeitos desses protestos são sentidos nas cidades mais populosas, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, onde os bloqueios de tráfego têm causado prejuízos significativos. Até o momento, o país já acumula cerca de US$ 500 milhões em perdas, segundo o Ministério da Economia. Enquanto isso, a escassez de alimentos, falta de combustível e a repercussão econômica têm gerado um descontentamento crescente entre a população.

Os confrontos entre camponeses e policiais resultaram em 32 policiais feridos, além de onze detidos e duas mortes registradas nos bloqueios que isolam o leste do oeste do país. O governo também alerta para o risco de acidentes com caminhões-tanque carregados de combustível presos nos protestos, apontando para a possibilidade de explosões e eventuais acidentes. Enquanto isso, o sindicato dos transportadores ameaça “desbloquear” as estradas para garantir a circulação dos caminhões.

As ações dos manifestantes refletem a tentativa de Evo Morales de tenta reabilitar sua candidatura presidencial através da convocação de novas eleições, com o objetivo de desfazer a sentença que o impede de apresentar-se como candidato. A escalada dos protestos e seus impactos negativos têm levado a um aumento da tensão e da instabilidade política no país. Enquanto isso, muitas questões seguem sem solução, com a população local vivenciando uma situação de incerteza e carência.

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