Vários responsáveis expressaram irritação com a posição do governo húngaro antes de uma reunião dos ministros dos Assuntos Europeus. Anna Luhrmann, secretária de Estado alemã para Assuntos Europeus, lamentou que o país-membro da UE que mais viola os valores comuns seja o mesmo que se opõe ao consenso da UE sobre a ajuda à Ucrânia. Luhrmann pediu por “endurecimento” dos instrumentos disponíveis para forçar a Hungria a respeitar o Estado de Direito.
A questão espinhosa envolve a possível aplicação do Artigo 7 do Tratado UE, que envolve a suspensão dos direitos de um país do bloco por violação grave e persistente da democracia ou do Estado de direito.
Vera Jourova, vice-presidente da Comissão Europeia, questionou se os líderes têm paciência suficiente para negociar com o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, ou se vão optar por um novo caminho usando o Artigo 7.
O impasse envolvendo o pacote de ajuda à Ucrânia, no valor de cerca de 50 bilhões de euros, provocou a convocação de uma nova cúpula para discutir o assunto.
Um artigo do jornal Financial Times afirmou que a UE havia preparado um documento que pediria aos líderes europeus que privassem a Hungria de todos os fundos que lhe correspondem, caso o veto à ajuda à Ucrânia não seja removido.
Em resposta, o ministro húngaro dos Assuntos Europeus, Janos Boka, garantiu que a Hungria não irá ceder à chantagem.
Uma fonte oficial da UE esclareceu que o documento mencionado era apenas uma nota de trabalho sobre a economia húngara elaborada pelo Conselho Europeu.
Diante disso, a tensão entre a Hungria e a UE permanece em alta, aumentando a expectativa em torno da cúpula extraordinária que irá tratar da questão do pacote de ajuda à Ucrânia. A incerteza sobre o desfecho deste impasse e as possíveis retaliações de ambas as partes tornam o cenário ainda mais complexo e delicado. A questão permanece em aberto e sua resolução ainda é incerta, o que gera instabilidade e incerteza no bloco europeu.