Avião histórico levado pelos fascistas é devolvido à Etiópia pela Itália após 90 anos de disputa

Após quase 90 anos, a Itália devolveu à Etiópia o que o governo local considera “seu primeiro avião”. A aeronave, que pertencia ao imperador Haile Selassie, foi estreada durante seu reinado e foi batizada com o nome de “Tsehay”. O anúncio da devolução foi feito pelo primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, que expressou a importância desse ato para o povo etíope.

A devolução ocorreu durante a visita de Abiy a Roma para a cúpula de dirigentes africanos organizada pela Itália. Segundo o primeiro-ministro etíope, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, foi fundamental para que esse processo de restituição fosse realizado.

O avião em questão é de dois lugares e de cor vermelha, e foi construído em 1935, graças à colaboração do engenheiro e piloto do imperador Selassie, Ludwig Weber, e dos etíopes da época. O nome “Tsehay” foi dado em homenagem à princesa Tsehay, filha do imperador.

O retorno dessa aeronave histórica à Etiópia simboliza muito mais do que apenas um objeto físico. Representa a memória e as conquistas da aviação do país nos anos 1930, sendo considerado um marco na história da aviação etíope.

A importância desse ato vai além da simples devolução de um avião, já que remonta ao período da invasão e ocupação da Etiópia pelas tropas fascistas de Benito Mussolini em 1935. A devolução de “Tshehay” é vista como uma forma de reparação histórica e um gesto de reconhecimento dos acontecimentos do passado.

A devolução desse avião histórico para a Etiópia é, portanto, um momento de grande orgulho para esse país africano, que celebra o retorno de um dos símbolos mais marcantes de sua história. Este gesto da Itália representa um reconhecimento e uma tentativa de reparação por um período sombrio que marcou a história da Etiópia, reforçando laços históricos e culturais entre os dois países.

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