Brasil estabelece temas prioritários para o comércio e investimento durante presidência rotativa do G20

Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20 revela temas prioritários durante presidência rotativa do Brasil

Durante a primeira reunião técnica do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20, os temas prioritários estabelecidos para o setor durante a presidência rotativa do Brasil no grupo foram apresentados. O G20 é composto pelas 19 maiores economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia.

A reunião, que contou com representantes dos países membros do G20, foi realizada por videoconferência e encerrou na manhã da terça-feira (30). O Brasil divulgou quatro prioridades para a presidência no G20: a elaboração de políticas de comércio relacionadas ao desenvolvimento sustentável, tanto na área ambiental quanto na social; o mapeamento de cláusulas sobre desenvolvimento sustentável em acordos de investimentos; a promoção do aumento da participação de mulheres no comércio internacional, com a identificação das principais barreiras de acesso enfrentadas por elas; e a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Sobre a necessidade de reforma da OMC, o diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Fernando Pimentel, comentou que existe um consenso entre os países integrantes do G20, mas que há divergências de posicionamentos sobre o que deve ser considerado na modernização do organismo.

Para o Brasil, a principal questão pendente é o restabelecimento total, até o fim do ano, do Sistema de Solução de Controvérsias multilateral da OMC, que serve para preservar os direitos e obrigações dos membros e para definir o alcance dos acordos da OMC.

No que diz respeito à promoção da participação das mulheres no comércio internacional, o estudo “Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil”, lançado em 2023 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), revelou que apenas 14% das empresas exportadoras no Brasil são lideradas por mulheres. Essas empresas enfrentam mais barreiras no exterior, mas pagam salários melhores para mulheres e homens. A secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, afirmou que o compartilhamento de informações e a troca de melhores práticas durante as reuniões técnicas do grupo poderão melhorar a participação de mulheres no comércio internacional.

Além disso, a presidência brasileira planeja organizar um seminário em 2024, onde será discutida a participação das mulheres no comércio internacional. O Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20 é um dos 15 que integram a Trilha de Sherpas, comandada por enviados dos líderes do G20. Estes são responsáveis por encaminhar as discussões, supervisionar as negociações e acordos que formarão a agenda da cúpula final com chefes de estado e de governo, que será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

No calendário anual de atividades para o G20, sob a presidência rotativa do Brasil, estão previstos mais de 120 eventos em diversas cidades-sede. A próxima reunião técnica do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20 está prevista para os dias 24 e 25 de abril, em Brasília.

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