A clareira está localizada próxima aos igarapés de Fortaleza, ao norte da Terra Indígena (TI), onde os karipuna cultivam açaí e castanha como forma de subsistência. Além disso, a clareira está próxima de uma estrada que dá acesso aos centros urbanos, o que tem obrigado os karipuna a restringir seus deslocamentos para evitar conflitos com os invasores.
A situação é preocupante, pois não é a primeira vez que a TI dos karipuna é alvo de invasões. Relatos de barcos chegando cheios e retornando vazios, assim como avistamentos de motocicletas circulando no território, levantam suspeitas de que há interesse econômico por trás das invasões.
Os karipuna já haviam denunciado a vulnerabilidade de seu território à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no ano passado, mas não obtiveram resposta. Além disso, acionaram o Ministério Público Federal (MPF) em busca de providências para lidar com a situação.
A retirada de invasores da Terra Indígena Karipuna faz parte do plano de desintrusão apresentado pelo governo Lula 3, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Operações conduzidas pela Polícia Federal e outras forças resultaram na desmantelação de acampamentos de invasores e na desocupação de áreas utilizadas para atividades ilegais.
No entanto, a presença de invasores continua representando uma ameaça para os karipuna, que estão expostos a riscos constantes de conflitos e violência. A situação requer a atenção das autoridades e a implementação de medidas efetivas para proteger os territórios indígenas e garantir a segurança das comunidades que neles habitam. A TI Karipuna ocupa a 9ª posição na lista de terras mais devastadas do país. A Agência Brasil procurou os ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública, a Funai e o governo de Rondônia, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
A situação dos karipuna de Rondônia é apenas um exemplo das inúmeras ameaças enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil, que exigem uma resposta efetiva das autoridades para garantir a proteção e a preservação de seus territórios e culturas.