FAB intercepta avião suspeito sobrevoando terra indígena Yanomami em Roraima e piloto foge após pouso em pista de terra

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou uma interceptação de um avião de pequeno porte que sobrevoava a Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida) na região da terra indígena Yanomami, em Roraima. A aeronave, um Cessna 182, foi considerada suspeita e desobedeceu a uma ordem para mudança de rota. Dessa forma, a defesa antiaérea disparou o “Tiro de Aviso” e o piloto acabou pousando em uma pista de terra, fugindo logo em seguida.

O incidente ocorreu na manhã de segunda-feira, a 110 quilômetros a oeste de Boa Vista. O avião, suspeito de participar de tráfego ilícito na região, foi monitorado tanto pela FAB quanto pela Polícia Federal (PF), com três aeronaves da força aérea participando da missão.

Durante o acompanhamento, a FAB deu a ordem para o pouso da aeronave, que foi ignorada pelo piloto. “Após descumprimento das ordens do piloto da FAB, foi necessário que a defesa aérea realizasse o Tiro de Aviso (TAV). Nesse momento, a aeronave fez um pouso em uma pista de terra”, informou a FAB.

Após o pouso da aeronave, um helicóptero com militares do Grupamento de Segurança e Defesa da Base Aérea de Boa Vista (GSD-BV) e agentes da PF se dirigiram ao local. A aeronave foi apreendida, mas o piloto não foi encontrado.

A Zida foi criada por decreto presidencial no final de janeiro do ano passado, com o objetivo de aumentar o combate ao garimpo ilegal na terra indígena Yanomami. A região é dividida em áreas reservadas, restritas e proibidas.

A área tem sido alvo constante de garimpeiros ilegais, com declaração de emergência em saúde na região devido ao avanço da malária e da violência. No entanto, lideranças indígenas reclamam da insuficiência das Forças Armadas e da estrutura aquém do necessário para combater os crimes ambientais na região.

A situação se agrava com a greve dos servidores do Ibama, que prejudica a fiscalização ambiental na área. A terra Yanomami, localizada no Amazonas e em Roraima, faz fronteira com a Venezuela e abriga cerca de 9,6 milhões de hectares.

Como resultado, o problema tem ameaçado o trabalho de profissionais de saúde que atendem na região e impedindo a abertura de postos de saúde, de acordo com o próprio governo federal. A área também tem sido marcada pelos altos índices de violência, com 308 indígenas mortos no ano passado. A exposição à criminalidade tem contribuído para a crescente preocupação das autoridades em relação à segurança e à saúde na região.

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