O incidente ocorreu na manhã de segunda-feira, a 110 quilômetros a oeste de Boa Vista. O avião, suspeito de participar de tráfego ilícito na região, foi monitorado tanto pela FAB quanto pela Polícia Federal (PF), com três aeronaves da força aérea participando da missão.
Durante o acompanhamento, a FAB deu a ordem para o pouso da aeronave, que foi ignorada pelo piloto. “Após descumprimento das ordens do piloto da FAB, foi necessário que a defesa aérea realizasse o Tiro de Aviso (TAV). Nesse momento, a aeronave fez um pouso em uma pista de terra”, informou a FAB.
Após o pouso da aeronave, um helicóptero com militares do Grupamento de Segurança e Defesa da Base Aérea de Boa Vista (GSD-BV) e agentes da PF se dirigiram ao local. A aeronave foi apreendida, mas o piloto não foi encontrado.
A Zida foi criada por decreto presidencial no final de janeiro do ano passado, com o objetivo de aumentar o combate ao garimpo ilegal na terra indígena Yanomami. A região é dividida em áreas reservadas, restritas e proibidas.
A área tem sido alvo constante de garimpeiros ilegais, com declaração de emergência em saúde na região devido ao avanço da malária e da violência. No entanto, lideranças indígenas reclamam da insuficiência das Forças Armadas e da estrutura aquém do necessário para combater os crimes ambientais na região.
A situação se agrava com a greve dos servidores do Ibama, que prejudica a fiscalização ambiental na área. A terra Yanomami, localizada no Amazonas e em Roraima, faz fronteira com a Venezuela e abriga cerca de 9,6 milhões de hectares.
Como resultado, o problema tem ameaçado o trabalho de profissionais de saúde que atendem na região e impedindo a abertura de postos de saúde, de acordo com o próprio governo federal. A área também tem sido marcada pelos altos índices de violência, com 308 indígenas mortos no ano passado. A exposição à criminalidade tem contribuído para a crescente preocupação das autoridades em relação à segurança e à saúde na região.