Israel restitui corpos de palestinos para vala comum, ao sul da Faixa de Gaza, indignando autoridades palestinas.

Dezenas de corpos foram enterrados em uma vala comum em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, nesta terça-feira (30), depois que Israel restituiu os corpos de palestinos exumados. Autoridades palestinas informaram que os corpos haviam sido “roubados” do cemitério de Beni Suheila, a leste de Khan Yunis, no sul do território palestino, há duas semanas.

Segundo uma fonte do Ministério de Assuntos Religiosos de Gaza, os corpos foram retirados de um caminhão e estavam envoltos em sacos plásticos azuis, sendo levados para a vala comum. O sepultamento foi realizado por funcionários do Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, perto de tendas onde vivem pessoas deslocadas pela guerra entre Israel e o movimento islamista palestino.

As exumações foram realizadas no contexto das operações de busca por reféns israelenses sequestrados por comandos do Hamas em um ataque em 7 de outubro no sul de Israel, de acordo com o Exército israelense. Alegou-se que os reféns teriam morrido no mesmo dia ou nos dias seguintes, o que motivou as exumações.

O Ministério de Assuntos Religiosos de Gaza relata que pelo menos 2.000 túmulos foram abertos ou destruídos no território palestino. Além disso, o Hamas acusou Israel de extrair órgãos dos cadáveres, no entanto, tais acusações foram consideradas infundadas pelo Exército israelense.

O conflito entre o Hamas e Israel começou em 7 de outubro após a incursão de comandos islamistas que resultou na morte de aproximadamente 1.140 pessoas, a maioria civis, de acordo com levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses. Além disso, os militantes capturaram cerca de 250 pessoas, das quais 132 ainda estão detidas em Gaza, incluindo 28 que se acredita terem falecido, segundo Israel. Como resposta ao ataque, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma ampla operação militar em Gaza, resultando em pelo menos 26.751 mortes, principalmente mulheres e menores, segundo o último balanço do Ministério de Saúde governado pelo Hamas.

O fotógrafo da AFP que testemunhou o enterro dos corpos relata um cenário de dor e lamentação entre os moradores, destacando o custo humano do conflito entre Israel e o Hamas. O reatamento dos corpos aos seus familiares pode aliviar o sofrimento das famílias palestinas, mas também evidencia as consequências desastrosas do conflito armado na região. A busca por soluções pacíficas e a negociação diplomática tornam-se essenciais diante da magnitude da crise humanitária que assola a Faixa de Gaza.

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