De acordo com o estudo, contribuem para o cenário as recentes leis de cota para o cinema e para a TV paga, sancionadas pelo governo, garantindo mais espaço para as produções nacionais, somadas aos R$ 2,7 bilhões da Lei Paulo Gustavo, destinados especificamente para o audiovisual.
É importante ressaltar que a maior parte das empresas que participaram da pesquisa (86,7%) pertence à atividade de produção e quase a totalidade (91%) são microempresas. A maioria dessas empresas está situada no estado do Rio de Janeiro, com 46%, seguido por São Paulo (20%), Minas Gerais (9%), Paraná (5%) e Bahia (3,3%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 de julho e 18 de agosto de 2023. Segundo os resultados, três a cada quatro empresas encontram dificuldades na contratação de mão de obra, e a expectativa é de que essas dificuldades permaneçam no setor nos próximos três anos.
A consultora de Estudos e Pesquisas da Firjan, Joana Siqueira, destacou que essa demanda não está, necessariamente, relacionada à falta de competência dos profissionais que se encontram no mercado, mas aponta para a necessidade da formação de novos profissionais. Os pesquisadores detectaram que há também um caminho para a requalificação, sobretudo em temas mais atuais, relacionados às transformações e tendências modernas do mercado de trabalho.
A pesquisa também apontou para os principais desafios enfrentados pelas empresas, que envolvem habilidades comportamentais e socioemocionais dos profissionais, além da necessidade de lidar com segurança e proteção de dados e as novas tecnologias e digitalização do setor. No entanto, as empresas relatam que a carência de profissionais já está provocando encarecimento dos serviços, terceirização de atividades, redução na qualidade das produções e diminuição do volume de produções.
A pesquisa irá se somar às pesquisas feitas pela Firjan e Sicav sobre o setor audiovisual e a economia criativa, que foram encaminhadas ao Ministério da Cultura no ano passado com o intuito de ajudar na formação de políticas públicas. O setor do audiovisual contribui com mais de R$ 27 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Em suma, os resultados do estudo reforçam a necessidade de políticas e ações para o fomento da formação de mão de obra especializada no setor audiovisual, visando suprir as demandas e garantir a qualidade das produções nacionais.
