“O presidente expressou, em diversas ocasiões, sua oposição muito clara à conclusão do acordo” a Von der Leyen, declarou o porta-voz à AFP, acrescentando que a Comissão “entendeu que era impossível fechar” um acordo diante das condições atuais. O recado de Macron para a líder da UE foi de que o acordo não deveria ser concluído a menos que os agricultores dos quatro países do Mercosul estejam sujeitos às mesmas normas ambientais que os da Europa, de acordo com a Bloomberg.
As negociações entre a UE e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) para um acordo comercial têm mais de duas décadas. Em 2019, foi anunciado um acordo, mas nunca foi implementado devido a novas exigências ambientais da UE. A ação de Macron é, em última análise, um esforço para acalmar os agricultores franceses, que começaram a bloquear estradas ao redor de Paris com seus tratores, pressionando o governo por mais concessões que aliviem os crescentes custos e a burocracia. Muitos manifestantes também apontam o que descrevem como concorrência desleal de países estrangeiros, facilitada por acordos de livre comércio como o Mercosul.
A Comissão Europeia não fez comentários sobre o pedido de Macron. No entanto, o recado é claro: as negociações devem ser interrompidas até que haja igualdade de condições para os agricultores europeus e do Mercosul. Diante desse cenário, é possível que o acordo comercial entre a UE e o Mercosul enfrente mais atrasos e obstáculos.
A atitude do presidente francês reflete a importância e a sensibilidade do tema para os agricultores e a população da França. A concorrência estrangeira e as questões ambientais são temas sensíveis, e as pressões populares estão se refletindo nas decisões políticas. Com isso, o acordo comercial entre a UE e o Mercosul permanece em um cenário de incertezas e tensões, em que os interesses dos países envolvidos, dos agricultores e do meio ambiente estão em jogo.
