Território dos Karipuna de Rondônia é invadido por exploradores, colocando em risco o modo de vida e a segurança da comunidade.

O território dos karipuna, um dos povos indígenas mais reduzidos do Brasil, localizado em Rondônia, foi novamente invadido por não indígenas em busca de recursos naturais. A presença de uma clareira recém estabelecida na região confirma a invasão e preocupa as 62 pessoas que compõem o grupo. Situada próxima aos igarapés de Fortaleza, a clareira representa uma ameaça direta ao modo de vida dos karipuna, que tradicionalmente cultivam açaí e castanha como forma de subsistência.

Além disso, a abertura da clareira afeta diretamente o acesso dos karipuna à estrada que liga a região aos centros urbanos, limitando sua liberdade de deslocamento e impossibilitando a compra de alimentos básicos e a resolução de pendências fora do território. A presença de invasores e a atividade suspeita de barcos que chegam cheios e voltam vazios indicam um possível interesse econômico na região, o que representa uma ameaça real à integridade dos karipuna.

Segundo relatos de lideranças, a TI dos karipuna tem sido constantemente alvo de invasões, incluindo ataques de madeireiros e grileiros. A situação foi denunciada à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e ao Ministério Público Federal (MPF), mas até o momento não houve uma resposta adequada.

O governo tem um plano de desintrusão para retirar os invasores da região, mas as operações têm sido frequentemente frustradas pela recorrência das invasões. O território dos karipuna de Rondônia já perdeu significativa quantidade de vegetação nos últimos anos, tornando-se uma das terras indígenas mais devastadas do país.

A Agência Brasil buscou informações junto aos Ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública, à Funai e ao governo de Rondônia, mas até o momento não obteve respostas. A situação dos karipuna de Rondônia é mais um exemplo alarmante da vulnerabilidade enfrentada pelos povos indígenas no país, que continuam lutando para preservar seus territórios e modos de vida diante das constantes ameaças.

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