Entidades do setor produtivo criticam corte de 0,5 ponto na Selic, pedindo redução mais significativa para alavancar a economia.

O corte de meio ponto percentual na taxa Selic, definido nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), gerou reações negativas por parte de entidades do setor produtivo. De acordo com representantes da indústria e das centrais sindicais, os juros seguem elevados, o que acaba por travar a economia e tornar o crédito mais caro.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão do Copom como “injustificável”. Em nota, o presidente da entidade, Ricardo Alban, reforçou a necessidade de uma compreensão mais profunda da realidade brasileira por parte do Banco Central. Alban solicitou uma postura mais ousada na redução da taxa Selic, alegando que isso diminuiria significativamente o custo financeiro das empresas.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também emitiu um comunicado, no qual considerou crucial a continuidade das reduções da taxa Selic, mas ressaltou que há espaço para cortes mais intensos. A entidade destacou a desaceleração da atividade econômica e a redução das expectativas inflacionárias para 2024 como fatores que justificariam cortes mais acentuados nos juros.

As centrais sindicais também se manifestaram contra a diminuição de 0,5 ponto na taxa Selic, classificando-a como tímida. A Confederação Única dos Trabalhadores (CUT) relacionou os cortes na taxa Selic à queda do desemprego para 7,8%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE.

A CUT pediu por cortes mais agressivos nos juros, alegando que os níveis atuais prejudicam medidas do governo para a recuperação da economia. A Força Sindical também considerou a redução como tímida e insuficiente, defendendo uma postura mais ousada do Banco Central para beneficiar o setor produtivo e promover um crescimento expressivo da economia.

Diante das críticas das entidades do setor produtivo e das centrais sindicais, a decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em meio ponto percentual será alvo de debates e análises nos próximos dias.

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