Presidente do México acusa EUA de favorecer “práticas imorais” após reportagens sobre financiamento de narcotraficantes em sua campanha presidencial

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fez graves acusações aos Estados Unidos nesta quarta-feira (31), após a publicação de uma reportagem por um jornalista americano renomado sugerindo que narcotraficantes forneceram 2 milhões de dólares para sua campanha presidencial em 2006. O líder mexicano afirmou que tais práticas eram imorais e contradiziam a ética política que deveria prevalecer em todos os governos do mundo.

Tim Golden, vencedor do prêmio Pulitzer duas vezes, divulgou a investigação no veículo ProPublica, detalhando a alegação de que o Cartel de Sinaloa teria feito a doação financeira durante a campanha presidencial de López Obrador. A reportagem também sugere que os traficantes estavam em busca de favorecimento de suas operações em um eventual governo sob a liderança de López Obrador.

López Obrador expressou indignação com as alegações, questionando a veracidade das acusações, principalmente devido ao fato de que não há provas substanciais para respaldar a afirmação. Ele também criticou o Departamento de Estado dos Estados Unidos por supostamente permitir a alegada prática imoral.

Embora o presidente mantenha boas relações com o líder americano Joe Biden, ele não poupa críticas às agências governamentais dos EUA. Ele desafiou a DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos) a esclarecer a situação, enquanto mantinha sua posição de que a alegação contra ele era completamente falsa.

Outros meios de comunicação, incluindo a jornalista mexicana Anabel Hernández, também publicaram informações semelhantes, com base em entrevistas feitas por agentes americanos com testemunhas protegidas. Segundo a reportagem, tais denúncias estariam relacionadas aos ataques de adversários políticos, com a proximidade das eleições presidenciais no México.

Além disso, López Obrador aproveitou a oportunidade para criticar a atuação da DEA em relação à estratégia antidrogas, sugerindo que a unidade antinarcóticos treinada pela agência americana havia sido ineficaz e alegando a presença de criminosos infiltrados. Ele também impulsionou uma reforma para limitar a atuação de agentes estrangeiros no México.

Preocupado com a influência do narcotráfico e a violência associada a ele, o presidente mexicano se vê envolto em uma grande controvérsia, às vésperas das eleições presidenciais, com a candidata da situação, Claudia Sheinbaum, liderando as pesquisas. Alegações de financiamento ilegal e ligações com narcotraficantes agora pairam sobre López Obrador, ameaçando sua liderança e seu legado.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo