Segundo o meteorologista e pesquisador do Centro de Dinâmica Ambiental (Codam) do Inpa, Renato Senna, as chuvas regulares estão ocorrendo nas nascentes, em áreas da Amazônia internacional, no Peru e na Colômbia, nas bacias Ucayalli e Marañon. No entanto, o volume de chuvas ainda está abaixo do normal em grande parte da região, de acordo com o pesquisador.
O instituto também aponta que, apesar do início das chuvas, continuam atuando sobre a região os fenômenos El Niño e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, que influenciam a circulação dos ventos, inibindo a formação de nuvens e, por consequência, as chuvas regulares. O monitoramento climatológico das bacias feito pelo Inpa também registra déficit. Um exemplo disso é a bacia do Rio Purus, afluente do Rio Solimões, que acumulou 211 mm nos últimos 30 dias, quando o normal seria de 264 a 304 mm.
Esse cenário pode interferir na recuperação das áreas, especialmente para a recuperação da umidade do solo, que foi afetada após a seca de 2023. Além disso, a recuperação do volume de vazão dos principais rios à Oeste, como Solimões, Negro e Madeira, é importante para a navegabilidade do transporte de cargas e de pessoas, de acordo com Renato Senna.
Diante disso, fica evidente que, apesar do início das chuvas na região amazônica, a vazão dos rios está demorando a se recuperar, o que pode ter impactos significativos na região e na vida das pessoas que dependem diretamente dos recursos hídricos. A situação deve continuar sendo monitorada de perto para avaliar os possíveis desdobramentos e buscar soluções para lidar com a escassez de chuvas.