A Associação de Jornalistas de El Salvador (APES) denunciou, nesta quinta-feira (1º), o aumento de ataques a repórteres e meios de comunicação em 2023. Segundo a APES, o principal agressor é o Estado salvadorenho.
De acordo com a presidente da APES, Angélica Cárcamo, “Lamentavelmente devemos dizer que a tendência sobre as agressões registradas por esta associação apresentam um aumento acelerado […] a entidade que mais agride a imprensa é o Estado salvadorenho.” Cárcamo destacou que o crescimento dessas agressões evidencia a “deterioração” da liberdade de imprensa no país governado pelo presidente Nayib Bukele.
A entidade registrou um total de 311 ataques em 2023, representando um aumento de mais de 100% em relação aos 147 ataques documentados em 2022. Entre os agressores mais recorrentes estão os deputados da bancada governista no Congresso, soldados, policiais e a imprensa estatal.
Os dados coletados pela APES indicam que os dois tipos de ataques mais frequentes são as declarações estigmatizantes e o assédio digital contra os jornalistas. Quatro em cada 10 agressões se encaixam nesses tipos. No total, 109 ataques foram direcionados a homens, 96 a mulheres, 67 a veículos de comunicação, 27 à APES, nove a outros coletivos e três a profissionais da comunidade LGBTQIA+.
“A APES expressa seu mais profundo repúdio ao aumento de casos e agressões contra jornalistas” e pede às autoridades que “respeitem o exercício do jornalismo”, destacou a presidente da associação.
O relatório foi divulgado três dias antes das eleições em El Salvador, nas quais Bukele busca a reeleição como favorito nas pesquisas por sua política de guerra às gangues. Este cenário coloca ainda mais em evidência a importância de um ambiente favorável ao trabalho dos jornalistas para garantir a liberdade de imprensa.
Portanto, é fundamental destacar a relevância do papel do jornalismo na proteção dos valores democráticos e na garantia de uma sociedade livre e informada. A liberdade de imprensa é um pilar essencial para a construção de uma sociedade justa e igualitária, e deve ser preservada, respeitada e valorizada por todas as instâncias do poder público.
