De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, o Brasil registrou 232.990 casos de dengue, um aumento de 252% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram identificados 65.366 casos. O Distrito Federal já registrou 31.236 casos prováveis da doença, um aumento superior a 1.000% em comparação com 2023, além de sete óbitos confirmados.
Diante dessa escalada de casos, o governo do DF declarou situação de emergência pública na tentativa de conter a epidemia de dengue. Este movimento resultou no estabelecimento de várias medidas, incluindo a mobilização de 247 militares para auxiliar os agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (AVA) nas ruas em busca de focos do Aedes aegypti.
Acrescentando à mobilização militar, a Justiça do DF renovou por um ano um alvará que autoriza a entrada de agentes de saúde em casas mesmo sem permissão dos proprietários. Além disso, foram montadas nove tendas de triagem para auxiliar no diagnóstico e primeiros socorros de pacientes.
As tendas são locais onde pessoas afetadas pela dengue buscam atendimento médico. São espaços que se tornam o cenário de histórias como a de Cecília de Lima, uma estudante de 12 anos que chegou à tenda desidratada após sofrer com os sintomas da doença. Márcia Saraiva, uma vendedora, também procurou atendimento após contrair a doença e criticou a falta de vigilância das autoridades.
A situação chegou a receber a atenção da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que visitou uma tenda de Ceilândia, mas afirmou que não é possível estipular até quando o pico de doenças vai se estender no país e em sua capital.
A preocupação com a dengue não é exclusiva do DF. Outros estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Amapá, Roraima, Minas Gerais, Amazonas e Acre, também apresentaram um aumento significativo de casos. A situação exige a atenção das autoridades locais e nacionais para conter a disseminação da doença.