No tribunal, o promotor Luke Staton explicou que a ativista se recusou a sair do local e, por isso, foi detida pela polícia. Em uma audiência preliminar em novembro de 2023, Greta Thunberg se declarou inocente das acusações. Ela foi detida no dia 17 de outubro, durante um protesto contra o Energy Intelligence Forum, que ocorreu em um hotel no distrito de Mayfair, em Londres.
A jovem ativista, mundialmente conhecida por suas greves escolares pelo clima, iniciou aos 15 anos, pode receber uma multa de até 2.500 libras (R$ 15,7 mil) pelos fatos que lhe foram imputados. Além dela, um total de 26 pessoas estão sendo processadas pelo mesmo motivo, tendo sido detidas durante o mesmo protesto.
No tribunal, Thunberg não escondeu um sorriso irônico quando o promotor explicou que os acusados protestaram justamente quando os principais atores do setor de petróleo e gás estavam “discutindo e debatendo” como desenvolver “soluções sustentáveis” para a energia. Os ativistas processados foram recebidos por apoiadores de organizações ambientalistas ao chegarem ao tribunal.
Maja Darlington, uma militante do Greenpeace do Reino Unido, declarou que os ativistas estavam sendo julgados “por protestar pacificamente”, enquanto os executivos do petróleo estavam “celebrando ganhar bilhões com a venda de combustíveis fósseis que destroem o clima”. Thunberg foi libertada sob fiança e no dia seguinte participou de outro protesto em frente ao mesmo hotel.
As ações de Thunberg e de outros ativistas ocorreram em meio a decisões do governo britânico de conceder novas licenças para exploração de petróleo e gás, a fim de fortalecer a independência energética do país. No entanto, tais decisões têm gerado preocupação entre organizações ambientalistas, que entraram com recursos legais e intensificaram suas ações, como o movimento Just Stop Oil. O governo britânico também endureceu a legislação para impedir mais atos de desobediência.
