No início da manhã, o incêndio teve início em um ar-condicionado do 12º andar, em uma sala ocupada pelo Banco Crefisul, em meio a uma chuva torrencial e fortes ventos na cidade. O prédio não tinha saída de emergência, portas corta-fogo, e os hidrantes estavam sem água. As chamas se espalharam rapidamente, e logo Parron chegou ao local para cobrir o acontecimento.
O repórter descreveu a situação como um verdadeiro inferno, com fumaça, calor intenso e pessoas presas no edifício em chamas. Ao longo da cobertura do incêndio, Parron e outros profissionais da mídia tiveram que lidar com a angústia de acompanhar as vítimas, os salvamentos dos bombeiros e a sensação de impotência diante da tragédia.
O incêndio resultou em 181 mortes e mais de 300 feridos, tornando-se um dos maiores e mais graves incêndios urbanos do mundo. Parron permaneceu na frente do prédio até às 23h, fazendo a cobertura ininterrupta do trágico acontecimento. Ele continuou a trabalhar, mesmo após o fim do incêndio, quando as chamas foram controladas pelos bombeiros.
Além de narrar os acontecimentos do incêndio para os ouvintes da rádio, os jornalistas da Jovem Pan também receberam informações dos ouvintes que viviam na região, auxiliando no resgate das vítimas. A emissora se tornou uma fonte essencial de informação para as famílias das vítimas, fornecendo os nomes das pessoas resgatadas e internadas nos hospitais.
Passados 50 anos, Parron ainda se lembra dos detalhes da tragédia, mas afirma que procura esquecer, pois o episódio ainda o afeta emocionalmente. O jornalista descreve sua tristeza e inconformismo por não ter conseguido fazer mais pelas vítimas naquele momento de terror.
A TV Brasil preparou um especial sobre os 50 anos do incêndio do Joelma, que será transmitido no programa Caminhos da Reportagem. O episódio vai ao ar no dia 4 de fevereiro às 22h, relembrando a tragédia que marcou a história de São Paulo.