O país, que já possui uma usina nuclear em operação desde 2011, quando a planta de mil megawatts foi inaugurada com a assistência da Rússia, também está construindo uma outra usina, com capacidade de 300 megawatts, na província de Juzestão, conhecida por ser rica em petróleo e estar localizada próxima à fronteira ocidental com o Iraque.
Esses anúncios do governo iraniano ocorrem em meio a preocupações internacionais sobre a produção de urânio em níveis próximos aos considerados adequados para a fabricação de armas nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de controle nuclear da ONU, indicou no ano passado que o Irã aumentou a produção desse material, revertendo uma redução ocorrida em 2023.
Apesar das suspeitas do Ocidente, que há muito tempo suspeita que o Irã esteja buscando armas nucleares, as autoridades iranianas negam essa acusação. Recentemente, o país havia diminuído a taxa de enriquecimento de urânio para 60% de pureza, um patamar técnico mais baixo do que o necessário para aplicações militares, mas as autoridades continuam céticas.
O plano das quatro novas usinas nucleares resultará em uma obra de longo prazo, estimada em nove anos para ser concluída. Cada usina custará cerca de US$ 20 bilhões e, segundo Mohammad Eslami, chefe da agência atômica do Irã, vai criar 4 mil empregos.
As novas usinas estão sendo construídas na cidade portuária de Sirik, na costa leste do Irã, e se estima que cada uma delas consumirá 35 toneladas de combustível nuclear por ano.
Esse investimento iraniano tem colocado o país no centro das atenções da comunidade internacional, em um momento em que a tensão global entre países com armamento nuclear permanece em foco. A incerteza em torno das intenções do Irã e os possíveis desdobramentos desse panorama dão força para o debate sobre as políticas de controle de armas nucleares.