Agricultores continuam bloqueio de estradas apesar das promessas do governo e mobilização histórica na França

Os agricultores franceses decidiram na última sexta-feira continuar os bloqueios de estradas como forma de manifestação contrários a reformas promovidas pelo governo. Uma parte do movimento manteve-se inflexível mesmo após as novas promessas do governo. Um representante da polícia francesa relatou que “grupos isolados” querem manter os bloqueios até o Pavilhão Agrícola, que abrirá suas portas em 24 de fevereiro.

As principais organizações sindicais agrícolas, FNSEA e os Jovens Agricultores, pediram a suspensão dos bloqueios até que sejam avaliados os “primeiros resultados” das novas medidas anunciadas antes do início do evento anual do mundo rural em Paris. Em algumas regiões, como na Occitânia, onde os protestos começaram em 18 de janeiro, os bloqueios estavam sendo levantados.

O governo francês prometeu medidas como maior controle da origem dos produtos e ajuda ao setor pecuário, além da suspensão temporária de um plano de redução do uso de pesticidas. No entanto, a Confederação Camponesa, uma das principais organizações representativas dos agricultores, considerou que as medidas anunciadas não abordaram a questão fundamental dos rendimentos e pediu a continuação da mobilização.

Os protestos agrícolas não se limitaram à França e se espalharam por toda a União Europeia. Em Bruxelas, cerca de 1.200 tratores desfilaram pelas ruas em uma manifestação que atingiu o coração das instituições europeias. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu garantir “concorrência leal” para os agricultores europeus nos acordos de livre-comércio e reduzir as “cargas administrativas” na Política Agrícola Comum.

O movimento dos agricultores franceses e o seu impacto na União Europeia são um reflexo das crescentes demandas e insatisfações do setor agrícola em relação às políticas governamentais. A continuidade das manifestações e o aprofundamento das discussões entre os agricultores e as autoridades governamentais serão fundamentais para alcançar soluções eficazes e duradouras para os desafios enfrentados pelo setor agrícola na Europa. A resposta das autoridades européias diante das reivindicações dos agricultores pode impactar não só a política agrícola do bloco, mas também as relações comerciais do continente.

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