Essa crise no carnaval de rua tem afetado principalmente os grupos menores e de periferia, que encontram mais dificuldades em obter patrocínios para viabilizar seus desfiles. Emerson Boy, fundador do Bloco Jegue Elétrico, relatou que, mesmo sendo um bloco que existe há 24 anos, tem enfrentado obstáculos para manter suas apresentações. Ele mencionou que, devido a questões financeiras e à demora na definição do patrocínio pela prefeitura, foi necessário reduzir o número de dias de desfile.
Além disso, Gustavo Leman, responsável pelo Bloco Tatuapé, o maior da zona leste, destacou a dificuldade em conseguir patrocínio por não ser um bloco que atrai grandes marcas. Segundo Leman, a falta de apoio das empresas tem se mostrado como um grande obstáculo para a realização do desfile.
O membro do Fórum de Blocos de São Paulo, José Cury, enfatizou que as desistências começaram após a inscrição em outubro, uma vez que muitos grupos não tinham certeza se conseguiriam obter financiamento suficiente para realizar o bloco. Ele criticou a demora na definição do patrocinador pela prefeitura, afetando a relação comercial dos blocos.
Apesar das dificuldades, algumas iniciativas têm surgido para tentar mitigar o impacto dessas desistências. A prefeitura anunciou um plano de fomento onde vai disponibilizar R$ 2,5 milhões para 100 blocos como forma de incentivo adicional. Além disso, a administração ressaltou que o número de blocos confirmados para desfilar aumentou em relação ao ano passado e alegou que a desistência de alguns blocos é um problema exclusivamente deles.
A situação evidencia a importância de uma maior colaboração entre a prefeitura e os blocos de carnaval, bem como a necessidade de buscar alternativas para garantir a continuidade desses eventos tradicionais. A diversidade e a riqueza cultural dos blocos de rua são aspectos fundamentais para a celebração do carnaval na cidade de São Paulo, e é preciso encontrar soluções para preservar essas manifestações populares.