Segundo informações preliminares obtidas por autoridades locais, há registros de pelo menos dez mortes, mas o número ainda pode aumentar em consequência da tragédia. Equipes de bombeiros e de serviços de emergência estão combatendo pelo menos 10 focos de incêndio em várias regiões do país, como em Valparaíso, O’Higgins, Maule, Biobío, La Araucanía e Los Lagos.
A magnitude do desastre tem preocupado a população local, que se viu forçada a deixar suas casas para escapar do avanço das chamas. Vítimas relatam o caos vivido durante as tentativas de evacuação, como a aposentada Yvonne Guzmán, de 63 anos, que precisou sair de casa em Quilpué, comuna localizada a cerca de 90 km a noroeste de Santiago. Ela expressou sua angústia diante da situação, afirmando ser impossível abandonar a região em razão do fogo e dos bloqueios nas estradas.
Com mais de 7000 hectares consumidos pelo incêndio somente em Valparaíso, o chefe da Corporação Nacional Florestal afirmou que se trata de um incêndio com “comportamento extremo”. A região de La Estrella e Navidad, localizadas a cerca de 200 km a sudoeste de Santiago, também sofreu com focos descontrolados que destruíram 27 casas, resultando na evacuação de diversas áreas.
O surto de incêndios florestais é atribuído às altas temperaturas registradas na região central do Chile, que chegaram a atingir 40ºC. Especialistas alertam que eventos climáticos extremos têm se tornado cada vez mais recorrentes, o que está relacionado a um aumento constante nas temperaturas.
Neste contexto, o fenômeno climático natural do El Niño em conjunto com o aquecimento global causado pela atividade humana tem produzido condições desafiadoras em muitos países do Cone Sul-Americano. A onda de calor intensa que atinge a região tem gerado preocupações, uma vez que alertas de calor sufocante persistente foram emitidos para áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai e do Brasil, além do Chile.