A doença que ataca a mandioca foi descoberta em 2022 na região sul de Haut-Maroni e desde então se espalhou para a Guiana Francesa e para o vizinho estado brasileiro do Amapá. Cerca de 10.000 indígenas que habitam a região de Oiapoque, no Amapá, também se alimentam basicamente de yuca.
A Federação Regional de Defesa contra Organismos Nocivos (Fredon) da Guiana Francesa lançou um alerta fitossanitário em 2023, por causa da preocupante disseminação do patógeno. Em algumas áreas de Haut-Maroni, a perda de produção é de 60% a 90%.
O preço da farinha de yuca, alimento muito consumido na região, dobrou em apenas alguns meses, o que gerou descontentamento entre a população. Até o presidente da Associação de Agricultores de Sabanas, em Iracoubo, Thierry Gardeux também lamenta o aumento excessivo de preço do produto, que custa mais do que o frango.
As causas da praga ainda não foram identificadas, e as pistas investigadas pela Fredon não produziram resultado algum. Mudas saudáveis passaram a ser itens raros e caros, o que modificou o sistema tradicional de plantações de mandioca e agora pode ser uma fonte de lucro.
Para lidar com a propagação da doença, o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) está investindo em pequenas estufas que permitirão higienizar as mudas por meio de um processo térmico, além da criação de uma coleção agronômica de mandioca para salvaguardar a diversidade biológica.
Portanto, as autoridades estão buscando soluções para conter a propagação da praga misteriosa que está ameaçando a produção de mandioca, um alimento essencial para a população da Guiana Francesa e do estado brasileiro do Amapá. Muitos aguardam soluções das autoridades para a segurança alimentar dessas regiões.
