Contato físico e festividades do Carnaval no Brasil podem aumentar disseminação da mpox, alertam especialistas.

Especialistas alertam para o risco de aumento do contágio da mpox, antiga monkeypox ou varíola dos macacos, durante o Carnaval devido ao aumento do contato físico e do turismo nas capitais brasileiras. A doença foi identificada no Brasil pela primeira vez em junho de 2022 e tem apresentado indicativos de aumento de casos em meio às recentes festividades de dezembro e férias de final de ano, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Embora os números atuais sejam menores do que durante a epidemia de dois anos atrás, há preocupação de novas disseminações em meio às festividades carnavalescas. Em São Paulo, por exemplo, houve a identificação de 21 novos casos na primeira semana epidemiológica deste ano, seguidos por 17 novos diagnósticos na semana seguinte e mais seis casos suspeitos.

O médico infectologista Alvaro Costa, do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS do Estado de São Paulo, alerta que o Carnaval é um evento potencialmente disseminador da infecção e salienta a importância das pessoas dos grupos mais vulneráveis estarem cientes, pois o Brasil não dispõe de doses suficientes para vacinar uma parte relevante da população.

Além disso, Costa ressalta que a mpox é uma infecção sexualmente transmissível e pode ser muito grave em pacientes com a imunidade baixa, apesar de causar quadros geralmente brandos ou moderados em pacientes imunocompetentes.

No Rio de Janeiro, também há preocupação em relação aos novos casos, com indicadores maiores desde novembro de 2023. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, destaca que o carnaval pode resultar em um aumento de casos, devido à circulação de turistas.

Em outros estados como Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rio Grande do Sul, também houve o diagnóstico de quadros de mpox entre dezembro e janeiro. Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), destaca que a doença pode ser transmitida de forma assintomática e é mais frequente quando já há lesões na pele.

Os especialistas recomendam a utilização de preservativos e atenção especial aos sintomas, como febres, ínguas, dores no corpo e aparecimento de feridas na região genital, sendo necessário procurar o sistema de saúde. Porém, ainda não há vacina suficiente e nem antiviral específico para tratamento da mpox.

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