O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos, afirmou que o volume exportado foi dividido em duas fases ao longo do ano, sendo parte correspondente à energia obtida por geração de centrais termelétricas e a outra parte referente à energia hidráulica. As exportações geraram um benefício significativo para as tarifas pagas pelos consumidores, por meio das contas bandeira, que definem a cor da tarifa.
Ramos ressaltou que a exportação deste tipo de energia atingiu 490 megawatts médios, gerando um benefício para o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) em torno de R$ 782 milhões. A água em excesso nos reservatórios foi utilizada para a geração de energia, destacando que a procura dos mercados argentino e uruguaio coincidiu com um cenário favorável para o Brasil.
As energias renováveis produzidas pelas usinas eólicas e solares também contribuíram para a exportação do excedente, no entanto, a prioridade continua sendo o atendimento do sistema brasileiro. Ramos comentou que a exportação para os dois países vizinhos é uma questão de viabilidade na operação, e não uma questão de preferência.
A CCEE informou que a negociação com os países vizinhos foi facilitada pela implantação do procedimento competitivo para a Exportação de Vertimento Turbinável (EVT), comercializando energia elétrica produzida a partir da água que seria liberada pelas comportas dos geradores hídricos. As novas regras de importação e exportação de energia representam um avanço em relação às operações anteriores, que eram feitas por meio de um tipo de negociação de escambo.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica é uma associação civil sem fins lucrativos que reúne geradores, distribuidores, comercializadores e consumidores em um único propósito: desenvolver mercados eficientes, inovadores e sustentáveis em benefício da sociedade. Em suas operações, que envolvem tanto o ambiente de contratação livre como o regulado, a CCEE movimenta anualmente mais de R$ 150 bilhões.
A exportação recorde de energia elétrica para a Argentina e o Uruguai representa um marco importante para o setor energético brasileiro, demonstrando a capacidade de viabilizar o comércio de eletricidade e garantir o suprimento de energia para a população e os setores produtivos do país.