Greve de funcionários ambientais no Brasil reduz fiscalização de desmatamento e mineração ilegal-testidas em meio a protesto salarial.

A greve de funcionários ambientais no Brasil tem causado uma diminuição significativa na fiscalização de atividades como desmatamento e mineração ilegal. Isso porque, a paralisação completou um mês sem acordos à vista.
De acordo com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e Pecma (Ascema), as multas por fiscalização caíram 69% em janeiro em comparação com o mesmo mês de 2023 devido à greve. Tal situação tem afetado a supervisão do desmatamento e do garimpo ilegal em terras indígenas, entre outras áreas.
A greve, que requer melhorias salariais e nas condições de trabalho, é apoiada por cerca de 5.000 trabalhadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
Segundo Suely Araújo, do Observatório do Clima, o número de fiscais está abaixo do necessário, com cerca de 500 trabalhadores, e mesmo estes não possuem condições de realizar fiscalizações efetivas na Amazônia. A especialista considerou “urgente” que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva responda às demandas. Além disso, alertou que os avanços no combate ao desmatamento na Amazônia estão em risco de serem revertidos se as reivindicações não forem atendidas.
A greve também tem atingido as ações de controle contra garimpeiros ilegais no território indígena Yanomami, contribuindo para a crise sanitária enfrentada por essa comunidade indígena no norte do país.
A paralisação também suspendeu a emissão de novas licenças ambientais para o avanço de obras de infraestrutura e hidrelétricas. O setor elétrico manifestou preocupação com a situação e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu ao Ministério do Meio Ambiente que intervenha “para garantir” que a paralisação não afete a geração elétrica. Os impactos ambientais e econômicos gerados pelo prolongamento do processo de negociação de acordo com a Ascema, são de total responsabilidade do governo.

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