Parlamento venezuelano inicia processo de consulta para definição do cronograma das eleições presidenciais em meio a crise política.

O parlamento venezuelano, controlado pelo chavismo no poder, segue com seus planos para elaborar um cronograma de eleições presidenciais. Nesta segunda-feira (5), dirigentes políticos e membros da sociedade civil foram convocados para participar de uma consulta visando a elaboração de uma proposta de cronograma eleitoral. O documento resultante da consulta será entregue à autoridade competente para convocar o pleito conforme acordado previamente, em outubro, entre governo e oposição.

As eleições na Venezuela são convocadas pela autoridade eleitoral, acusada pela oposição de servir ao chavismo, mas o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, enfatizou que este processo de consulta fortalece o processo democrático do país. “É extremamente sadio que partidos políticos, pré-candidatos e representantes da sociedade marquem posição e emitam suas opiniões”, afirmou Rodriguez.

Contudo, a realização da consulta ocorre sob tensão provocada pela decisão dos Estados Unidos de restabelecer sanções ao petróleo e gás da Venezuela, em resposta à decisão da Tribunal Supremo de Justiça de manter a inabilitação política por 15 anos contra María Corina Machado, figura de destaque na oposição.

Este evento ilustra as divisões e divergências existentes na política venezuelana. Enquanto forças dissidentes da oposição defendem a marcação das eleições entre maio e setembro, outros setores sugerem datas simbólicas, como o dia da independência da Venezuela, em 5 de julho. Apesar das incertezas e acirramentos políticos, o chavismo segue firme na intenção de realizar as eleições no segundo semestre do ano, buscando aproveitar a situação de inelegibilidade de personagens-chave da oposição.

Em meio a este contexto, a consulta iniciada pelo Parlamento também enfrenta resistência interna, com María Corina Machado classificando o processo como uma “manobra” para uma “via eleitoral fraudulenta”, rejeitando sua participação.

Dessa forma, as discussões e tensões em torno das eleições presidenciais na Venezuela seguem sendo um tema central que atrai a atenção da comunidade internacional e dos cidadãos venezuelanos, dada a relevância política e repercussões que a realização do pleito pode ter para o futuro do país.

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