O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) trouxe à tona um incidente que se transformou na maior crise para a Boeing desde a suspensão de toda a sua frota de jatos Max em 2019. Os aviões Max 9 com a mesma configuração de porta que o jato da Alaska ficaram impedidos de voar por semanas, aguardando inspeções. Além disso, os reguladores estão analisando os processos de fabricação da Boeing e aumentando a pressão sobre a administração da empresa.
O relatório do NTSB não chegou a uma conclusão definitiva sobre as causas da falha do painel no voo da Alaska Airlines, mas destacou a ausência dos quatro parafusos necessários para manter o painel no lugar. O documento incluiu fotos do painel e fuselagem tiradas no chão de fábrica da Boeing, sendo um relato detalhado da coleta inicial de informações por parte do conselho de segurança. A investigação do painel falho continua e pode levar até um ano para que o NTSB chegue a suas conclusões finais.
A Spirit AeroSystems Holdings, principal fornecedora da Boeing, também foi alvo de críticas após o acidente. Além disso, foi anunciado que a Boeing descobriu falhas de fabricação em cerca de 50 aeronaves 737 não entregues, originadas na Spirit. Esse problema se soma a outros, como um erro de perfuração em um anteparo de pressão na popa que atrasou as entregas do 737 Max no ano passado.
A Boeing também terá que lidar com a possibilidade de uma ruptura trabalhista ainda este ano. O sindicato da empresa exigirá um aumento salarial de 40% ao longo de três ou quatro anos. Além disso, a Administração Federal de Aviação está realizando uma supervisão aprimorada da Boeing e da Spirit, com a expectativa de divulgar suas conclusões e possíveis recomendações ainda este mês.
Em resumo, o incidente com a Alaska Airlines provocou uma série de questionamentos e análises, tanto em relação à própria Boeing, como à Spirit AeroSystems Holdings. As falhas identificadas nos processos de fabricação e montagem das aeronaves têm gerado uma série de problemas para a empresa, que agora enfrenta não apenas questões técnicas, mas também desafios trabalhistas e de supervisão por parte das autoridades.