Os dados também revelam que a porcentagem de mulheres negras que já sofreram assédio sexual é ainda maior, chegando a 52%, em comparação com 50% das mulheres em geral. Além disso, 75% das mulheres negras têm receio de enfrentar essa situação durante as festividades.
Outro dado alarmante é que seis em cada dez mulheres (60%) percebem o carnaval de hoje tão arriscado quanto os do passado, em relação ao assédio sexual. Essa percepção é ainda mais comum entre as mulheres negras, chegando a 65%. A pesquisa mostra que as campanhas de combate ao assédio sexual são consideradas fundamentais para quase todas as entrevistadas, totalizando 97%.
O levantamento também revelou a preocupação das mulheres em relação aos comentários machistas que circulam nas redes sociais durante o carnaval. Muitas relatam sentir-se desconfortáveis ao escolher suas roupas para a festa, com medo de receber comentários desrespeitosos. Além disso, 15% dos brasileiros ainda acreditam que o modo como uma mulher se veste pode indicar disponibilidade para encontros sexuais durante o carnaval.
Apesar desses dados preocupantes, a pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros reconhece a problemática do assédio sexual durante o carnaval. A proporção de pessoas que discordam do comportamento de homens que assediam mulheres embriagadas ou com roupas curtas é alta, atingindo 81% no total. O estudo também aponta que 86% dos brasileiros reconhecem que ainda há assédio sexual praticado no período da festa de rua e que acreditam que todos devem contribuir para coibi-lo.
Em resumo, os dados revelados pelo Instituto Locomotiva lançam luz sobre a persistência do assédio sexual durante o carnaval, mostrando a necessidade de campanhas de conscientização e medidas efetivas para combater essa violência. A pesquisa serve como um alerta para a sociedade e as autoridades, destacando a urgência de ações que protejam e garantam a segurança das mulheres durante as festividades carnavalescas.