Senador Paulo Paim defende redução da jornada de trabalho sem redução salarial como forma de enfrentar desafios da automação.

O senador Paulo Paim (PT-RS) fez um discurso contundente nesta terça-feira (6), no qual defendeu veementemente a necessidade de o Brasil discutir a redução da jornada de trabalho, sem que isso acarrete em redução salarial para os trabalhadores. Em seu pronunciamento, o senador destacou a importância e relevância de um projeto de lei de autoria do senador Weverton (PDT-MA) que propõe essa redução, como forma de enfrentar os desafios da automação e garantir melhores condições de vida para os trabalhadores.

O projeto de lei apresentado visa a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a perspectiva de chegar a 36 horas semanais gradualmente, estabelecendo turnos de seis horas para todos os trabalhadores. Segundo Paim, essa mudança não acarretaria prejuízo algum para os empregadores e empregados.

O senador também ressaltou dados de um estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o qual apontou que a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais geraria 3 milhões de novos empregos. Já uma diminuição para 36 horas semanais resultaria em 6 milhões de empregos no Brasil. Para ele, essa transformação seria de extrema importância para o mercado de trabalho do país, proporcionando oportunidades para milhões de brasileiros que enfrentam dificuldades para encontrar emprego.

Paim enfatizou que a redução da jornada é uma questão mundial e citou o sociólogo italiano Domenico De Masi, que alertou para a diminuição significativa de postos de trabalho devido à automação. Ele ressaltou a importância da redução da jornada para equilibrar a equação da produtividade industrial e evitar o desemprego em massa.

Além disso, o parlamentar mencionou exemplos de países que já estão experimentando jornadas mais curtas, com resultados positivos em termos de produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores. No Brasil, Paim destacou que algumas empresas já estão adotando essa mudança, conhecida como modelo 100-80-100, no qual os profissionais continuam recebendo 100% do salário, mas trabalham 80% do tempo anterior, mantendo a produtividade em 100%.

Segundo especialistas, o futuro do trabalho é, de fato, a redução da jornada. Paim acredita que a redução da jornada de trabalho só se tornará uma vitória se for resultado de um amplo entendimento no Congresso e no Executivo, bem como entre empregados e empregadores. Em suas palavras, a redução da jornada de trabalho é uma oportunidade para construir um Brasil mais justo e mais produtivo.

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