Tribunal no Iêmen condena 13 pessoas à morte por “homossexualidade” em julgamento realizado em província controlada pelos rebeldes huthis.

Um tribunal no Iêmen condenou à morte 13 pessoas acusadas de “homossexualidade”. O julgamento foi realizado em Ibb, uma província controlada pelos rebeldes huthis, que são responsáveis por ataques recorrentes a navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, causando perturbações no tráfego marítimo mundial. Das 16 pessoas no banco dos réus, três receberam penas de prisão.

É importante ressaltar que recentemente outras 35 pessoas foram detidas em Ibb por razões semelhantes. Em vídeos transmitidos à AFP, cuja autenticidade não pôde ser verificada de forma independente, vê-se um juiz em um tribunal enumerando as acusações que pesam contra os acusados, incluindo homossexualidade, “atentado ao pudor”, “incitação à libertinagem” e “difusão de imagens contrárias aos bons costumes”, antes de condená-los à execução em público. Vale destacar que o veredito ainda pode ser objeto de recurso.

Os rebeldes huthis nem sempre executam a pena capital. De acordo com um relatório publicado em 2022 pelo Observatório Euro-mediterrâneo dos Direitos Humanos, das 350 condenações à morte proferidas em zonas rebeldes desde que os huthis tomaram a capital em 2014, 11 foram aplicadas. Os huthis, originários da minoria zaidi, um braço do Islã xiita, impuseram rígidas regras sociais e religiosas nas regiões em seu poder, especialmente às mulheres.

Eles controlam as regiões mais populosas do Iêmen, após quase uma década de guerra contra o governo. É uma situação grave que revela a violação dos direitos humanos e a falta de garantia da liberdade e segurança dos indivíduos. Espera-se que a comunidade internacional se mobilize e tome medidas efetivas para impedir esse tipo de violência e discriminação com base na orientação sexual das pessoas. A defesa dos direitos humanos é uma pauta urgente e inadiável, independente de questões culturais e religiosas.

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