Governo Biden anuncia rigorosas medidas para a qualidade do ar nos EUA, com resistência da indústria.

O governo do presidente Joe Biden anunciou na última quarta-feira (7) novos e rigorosos padrões de qualidade do ar para os Estados Unidos, em um esforço para proteger a saúde das comunidades vulneráveis, como anunciado pela Administração Biden. Os críticos consideram a medida como a mais prejudicial já proposta à indústria nacional e uma revanche do atual governo contra a gestão de Trump.

De acordo com as novas regras, os níveis de PM2.5 (partículas de 2,5 micrômetros de diâmetro ou menos) devem ser limitados a um máximo anual médio de 9 microgramas por metro cúbico, em comparação com os atuais 12 microgramas por metro cúbico. A medida é ainda mais rigorosa do que as regulamentações atuais e as propostas na União Europeia (UE). Essas partículas finas são conhecidas por serem um poluente letal relacionado a doenças como asma e problemas cardíacos.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) defendeu a iniciativa, afirmando que ela é essencial para proteger trabalhadores, famílias e comunidades dos perigosos e custosos impactos da poluição por partículas finas. Estima-se que a nova regulamentação possa evitar até 4.500 mortes prematuras, 290.000 dias de trabalho perdidos e gerar até 46 bilhões de dólares em benefícios líquidos para a saúde em 2032, como informou o chefe da EPA, Michael Regan, durante uma coletiva de imprensa.

Apesar dos elogios de grupos de ambientalistas e de saúde, as novas regras foram duramente criticadas por grupos industriais. Argumentam que as novas normas podem prejudicar as atividades econômicas do país, incentivando a produção no exterior, o que pode refletir nas eleições presidenciais de 2024.

A oposição à medida também veio da Associação Americana para Florestas e Papel, que reúne fabricantes de produtos de madeira, setor que emite grande quantidade de poluentes do ar. No entanto, a EPA refutou esses argumentos, afirmando que 99% dos condados americanos estarão em conformidade com as novas regras até 2032, devido à tendência de queda na poluição após outras iniciativas de controle. Além disso, os estados poderão excluir circunstâncias excepcionais decorrentes de incêndios florestais, um fator importante à medida que as mudanças climáticas intensificam essas queimas.

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