Criado em dezembro do ano passado, o GT reunirá especialistas de diversas áreas com o objetivo de criar uma publicação que oriente pais e educadores sobre o uso de telas por crianças e adolescentes. A iniciativa tem como base sugestões apresentadas durante uma consulta pública aberta em outubro do ano passado. A intenção é entregar o guia para a população até o final deste ano.
A complexidade do tema inclui a questão do uso de telas de celulares nas escolas, onde Mariana ressaltou a importância de equilibrar o uso excessivo, que pode atrapalhar o aprendizado, com o uso pedagógico dessas tecnologias. Enquanto o grupo de trabalho não define as diretrizes sobre o tema, algumas prefeituras, como a do Rio de Janeiro, têm proibido o uso de celulares nas escolas.
A preocupação com o uso excessivo de telas, principalmente de celulares, é uma questão mundial. No Brasil, o país é um dos que mais desperdiçam tempo usando smartphones, em média, nove horas diárias de internet, perdendo apenas para as Filipinas em tempo de uso de tela. Dados da pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revelam que 95% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de todo o país acessam a internet, muitos deles iniciando o contato com a internet antes dos 6 anos de idade.
A médica pediatra Evelyn Eisenstein, coordenadora da Rede ESSE Mundo Digital e do Centro de Estudos Integrados Infância Adolescência e Saúde, alerta que o uso precoce e excessivo de telas é muito preocupante. Ela ressaltou que a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que crianças com idade inferior a dois anos não tenham contato com tela, e para crianças entre 2 e 5 anos, o tempo de uso de tela deve ser limitado a, no máximo, uma hora por dia.
Diante do cenário de preocupação com o uso excessivo de telas, a criação deste GT assume papel fundamental na orientação de pais e educadores sobre o uso consciente de dispositivos digitais por crianças e adolescentes. Suas diretrizes podem impactar de forma significativa a forma como as novas gerações interagem com as tecnologias, promovendo um equilíbrio saudável entre o uso desses dispositivos e outras atividades cotidianas.
