A situação é de completa devastação no interior do jardim. O verde se transformou em cinzas, com árvores de até 150 metros de altura derrubadas e uma casa incendiada onde morreram uma funcionária e seus três familiares. O diretor descreve que, armados com serras, os guardas florestais trabalham incansavelmente para remover os troncos caídos e reestabelecer as trilhas.
O Jardim Botânico de Viña del Mar, conhecido por suas cerca de 1.300 espécies de plantas e árvores, foi duramente atingido. O fogo se comportou de forma extremamente errática, atingindo até mesmo as árvores mais altas, causando uma destruição sem precedentes.
Em meio à tragédia, histórias de perda e superação aparecem. A funcionária responsável pelo viveiro do jardim, Patrícia Araya, morreu junto com sua mãe e duas netas no interior da área preservada. Ela iria se casar nesta semana, mas o destino cruel impediu que isso acontecesse.
Apesar da profunda destruição, duas coleções valiosas do jardim sobreviveram milagrosamente. Uma delas é a de Sophora toromiro, uma árvore nativa de Rapa Nui, na remota Ilha de Páscoa. Outra é o Jardim da Paz, onde são plantadas espécies sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima.
O diretor do jardim espera que o local possa reabrir ao público em algumas semanas, mas alerta que levará cinco anos para recuperar sua antiga aparência. Ele também faz um apelo em relação à segurança do jardim, destacando que se outro incêndio devastador ocorrer nos próximos cinco anos, o jardim botânico pode desaparecer.
Espera-se que, nos próximos anos, a regeneração da vegetação e da vida selvagem ocorra e que o Jardim Botânico Nacional de Viña del Mar possa se recuperar, trazendo de volta toda a beleza e a importância de suas coleções para a preservação da biodiversidade chilena.