Proposta de aumento de requisitos para candidatura de militares em eleições gera intensa discussão no Senado.

A discussão da proposta de emenda à Constituição que aumenta os requisitos de tempo de serviço para que militares possam concorrer em eleições sem perda de remuneração está em destaque no Senado nesta quinta-feira (8). A PEC 42/2023, de autoria do senador Jaques Wagner (PT-BA), propõe que candidatos militares — do Exército, da Marinha e da Aeronáutica — só possam passar para a reserva remunerada se tiverem mais de 35 anos de serviço. Abaixo desse tempo de atividade, o militar irá para a reserva não remunerada no ato do registro da candidatura.

Atualmente, as regras permitem que militares das Forças Armadas com mais de dez anos de serviço entrem em um tipo de inatividade com remuneração chamada “agregação”, podendo retornar à ativa se não forem eleitos. Caso sejam diplomados em cargo político, passam para a reserva remunerada — situação de inatividade em que continuam sendo pagos pela União. Vale ressaltar que a PEC não afeta os militares estaduais das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros.

A proposta passará pela terceira de cinco sessões de discussão no Senado. Nas duas primeiras sessões, em 5 e 6 de fevereiro, as críticas do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) à proposta, que considera inconstitucional e discriminatória, marcaram o debate, assim como os discursos de vários senadores da oposição repudiando a matéria. O relator da PEC, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), demonstrou estar decidido a abdicar da relatoria.

A discussão da PEC 42/2023 tem gerado bastante polêmica no Senado, com posicionamentos contrários e favoráveis à proposta em debate. O tema é de grande relevância, já que diz respeito às condições de elegibilidade de militares e ao impacto que as mudanças propostas podem trazer para a atuação política desses profissionais. Espera-se que as próximas sessões de discussão esclareçam essa questão e subsidiem os senadores com informações abrangentes para a tomada de decisão em relação à PEC. A votação e a possível aprovação ou rejeição da proposta serão momentos decisivos para o desfecho desse tema tão controverso.

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