Saques superam depósitos em R$ 20,1 bilhões na caderneta de poupança em janeiro

De acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira, 7 de fevereiro, pelo Banco Central (BC) em Brasília, o saldo da aplicação na caderneta de poupança voltou a sofrer quedas. Em janeiro deste ano, as saídas superaram as entradas em R$ 20,1 bilhões, resultando em um total de R$ 332,3 bilhões aplicados contra R$ 352,4 bilhões sacados. Os rendimentos creditados totalizaram R$ 5,2 bilhões.

É importante ressaltar que o resultado negativo de janeiro deste ano foi menor do que o registrado em janeiro de 2023, quando os saques superaram os depósitos em R$ 33,6 bilhões. No mês anterior, dezembro de 2023, houve entrada líquida de R$ 13,8 bilhões.

O alto endividamento da população e a manutenção da Selic em patamares elevados têm contribuído para essa tendência de saques na poupança. Entre março de 2021 e agosto de 2022, a taxa básica de juros foi elevada 12 vezes consecutivas pelo Comitê de Política Monetária do BC. Esse ciclo de aperto monetário teve início em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a Selic foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, com o objetivo de conter a inflação. Atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano.

Além disso, em 2023, a caderneta de poupança registrou saída líquida de R$ 87,8 bilhões, resultado inferior ao do ano anterior, quando a fuga líquida atingiu o recorde de R$ 103,24 bilhões. Em contrapartida, em 2020, a poupança obteve uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, influenciada pela instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e pelo pagamento do auxílio emergencial depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

Com a Selic em alta, os investidores têm buscado aplicações com melhor desempenho, o que tem levado a uma redução no saldo da poupança. Esse cenário reflete a busca por alternativas de investimento em meio ao atual contexto econômico.

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