Os três sindicatos representativos do setor agropecuário, Asaja, Coag e UPA, justificaram os bloqueios de estradas pelo mal-estar de grande parte da categoria com um trabalho considerado precário e difícil. Segundo eles, os principais protestos foram realizados no centro do país, em Salamanca, Ciudad Real e Ávila. Em Barcelona, quase mil tratores invadiram a cidade e dezenas de agricultores passaram a noite no centro da cidade, mas a maioria saiu na manhã seguinte.
O ministro do Interior informou que vários manifestantes foram detidos na quinta-feira, elevando para 19 o total desde que o movimento de protesto começou. Um guarda civil ficou levemente ferido durante os protestos.
Assim como em outros países europeus, os agricultores espanhóis queixam-se da burocracia e da complexidade das normas europeias, dos preços baixos de venda de seus produtos e da concorrência considerada desleal dos produtos estrangeiros. O governo afirmou que tem a mão estendida para os agricultores para continuar, com diálogo e compromisso, o trabalho em busca de soluções.
Durante o encontro com a imprensa, o ministro da Agricultura, Luis Planas, disse que o governo se compromete a melhorar a lei de 2013 sobre a cadeia de alimentos para evitar prejuízos ao setor agropecuário. Além disso, prometeu simplificar a aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) europeia, considerada excessivamente burocrática pelos agricultores.
A Espanha é o primeiro exportador europeu de frutas e hortaliças, mas a seca que assola o país há três anos, juntamente com outros desafios enfrentados pelos agricultores, vem causando dificuldades para o setor. Em meio a essas manifestações, as autoridades tiveram que intervir para garantir a livre circulação de pessoas e mercadorias, uma vez que os protestos podem acabar tendo impacto econômico.