A previsão atual representa uma redução de 17,7 milhões de toneladas em relação à estimativa inicial divulgada pela Conab em outubro do ano passado. A causa principal apontada pelos técnicos da companhia para essa queda na produção de grãos foi a variação climática, que afetou negativamente as lavouras nas principais regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba, principalmente as de soja e milho.
A produção de soja está estimada em 149,4 milhões de toneladas, representando uma redução de 3,4% em relação ao ciclo 2022/23 e 7,8% menor que as 162 milhões de toneladas que a Conab estimava inicialmente para a atual safra. As exportações da soja também devem ser reduzidas em 4,29 milhões de toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de toneladas.
Já a estimativa para a colheita de milho é de 113,7 milhões de toneladas, enquanto as vendas ao mercado internacional devem atingir 32 milhões de toneladas, e a demanda doméstica está estimada em 84,1 milhões de toneladas. Além disso, as adversidades climáticas devem prejudicar a produção de feijão, que está projetada em 2,97 milhões de toneladas no país.
No entanto, nem todas as culturas foram afetadas negativamente. A produção de arroz está estimada em 10,8 milhões de toneladas, um aumento de 7,6% em comparação com a safra anterior, devido a ausência de perdas devido ao El Niño. O algodão também deve alcançar um novo recorde de produção, chegando a 3,3 milhões de toneladas, um aumento de 12,8% sobre a safra 2022/23. As primeiras estimativas para as culturas de inverno apontam para uma recuperação na safra de trigo, estimada em 10,2 milhões de toneladas.
Em relação ao algodão, o estoque final do produto está estimado em 2,28 milhões de toneladas, com um consumo interno de 730 mil toneladas e exportações estimadas em aproximadamente 2,5 milhões de toneladas.
Com os reflexos das adversidades climáticas e variações na produção de grãos, espera-se que a safra de grãos 2023/2024 apresente números inferiores aos períodos anteriores, o que poderá ter impactos significativos na economia do país e no mercado internacional de grãos.
