O Fundo de Compensação de Transporte, principal fonte de financiamento para o transporte público no interior, com tarifas subsidiadas, foi extinto. No ano passado, esse fundo recebeu a quantia de 102 bilhões de pesos, mas agora caberá às províncias assumir essa responsabilidade. Essa decisão é parte do plano de Milei de reduzir o déficit das contas públicas federais.
Governadores argentinos manifestaram surpresa e descontentamento com a medida. Alguns interpretaram a ação como uma vingança do governo pela falta de apoio político ao megadecreto de medidas liberalizantes de Milei. A falta de aviso prévio sobre a mudança também foi alvo de críticas por parte dos prefeitos de diversas cidades do país.
Fontes ligadas ao movimento oposicionista Juntos pela Mudança (JxC) afirmam que o governo violou um acordo prévio, no qual se esperava que recursos fossem oferecidos pelo governo federal a partir de fevereiro.
O governador de Mendoza, Alfredo Cornejo, se manifestou nas redes sociais lamentando que a decisão viola o Pacto Fiscal firmado sob a administração peronista do país, em 2017. Ele ressaltou que persistem fortes desigualdades entre os subúrbios de Buenos Aires e o restante do país, e defendeu que a ordem fiscal seja equitativa.
Essa medida representa um divisor de águas nas políticas de financiamento do transporte público na Argentina, levantando questões sobre a distribuição equitativa dos recursos e alimentando tensões políticas entre o governo federal e as províncias. A repercussão desse anúncio será tema central de debates nas esferas política e econômica nacional.