De acordo com a decisão judicial, “os elementos informativos colhidos revelaram que Jair Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto para executar um golpe de Estado, detalhando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e, ao final, decretava a prisão de diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e, por fim, determinava a realização de novas eleições”.
Após concordar com as mudanças, a PF aponta que Bolsonaro convocou uma reunião com os comandantes das Forças Armadas para “apresentar a minuta e pressioná-los a aderirem ao golpe de estado” no Palácio da Alvorada no dia 7 de dezembro de 2022. A polícia também identificou que o grupo monitorou Alexandre de Moraes para “executar a pretendida ordem de prisão, em caso de consumação do golpe de estado”.
O monitoramento dos deslocamentos de Moraes entre Brasília e São Paulo também foi citado na investigação. A PF mostrou mensagens trocadas entre Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, e Marcelo Camara, coronel do Exército, que atuou como assessor especial da Presidência da República. Nas mensagens, Mauro Cid se referia a Moraes pelo termo “professora”, que seria um codinome para a ação que tinha o ministro do Supremo Tribunal Federal como alvo.
Para a polícia, o monitoramento “demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, procedendo a eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral”. Essas são as informações divulgadas pela PF, que está investigando a situação com mais detalhes e aprofundando as investigações.