ONU alerta Exército israelense sobre destruição de edifícios na Faixa de Gaza para criação de “zona de segurança” na fronteira.

A ONU emitiu um alerta ao Exército israelense nesta quinta-feira (8) sobre seus planos de destruir edifícios na Faixa de Gaza para criar uma “zona de segurança” na fronteira com Israel. O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, divulgou um comunicado afirmando que tais ações podem ser consideradas um “crime de guerra”. Türk fez questão de lembrar que o artigo 53º da Quarta Convenção de Genebra proíbe a destruição de bens pertencentes a particulares por parte da potência ocupante, a menos que tal destruição seja absolutamente necessária para operações militares.

Em seu comunicado, o alto comissário ressaltou que a criação de uma zona de segurança não parece estar alinhada com as definições restritivas de “operações militares” estabelecidas no direito humanitário internacional. Türk ainda registrou que o gabinete da ONU tem documentado a destruição e demolição generalizadas de infraestruturas civis pelo Exército israelense desde outubro. Isso inclui edifícios residenciais, escolas e universidades em áreas não afetadas pelos confrontos ou onde estes já cessaram.

A guerra na região eclodiu em 7 de outubro com um ataque do grupo Hamas no sul de Israel, que resultou na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar que vitimou cerca de 27.840 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, conforme dados do Ministério da Saúde do Hamas.

As ações de Israel na região têm gerado preocupação generalizada na comunidade internacional, e o alerta emitido pela ONU mostra que as atitudes do Exército israelense estão sendo observadas atentamente. O comunicado do alto comissário Volker Türk destaca a importância do respeito ao direito humanitário internacional, reforçando a proibição da destruição de bens civis pela potência ocupante. Essas ações, segundo o comunicado da ONU, podem constituir um crime de guerra, o que pode pressionar as autoridades israelenses a repensarem suas estratégias militares na região.

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