Parlamento Europeu condena inabilitação de Maria Corina Machado na Venezuela e exige respeito às eleições sob ameaça de não reconhecer resultados.

O Parlamento Europeu condenou nesta quinta-feira a inabilitação da aspirante presidencial María Corina Machado na Venezuela. Em uma resolução, os parlamentares do bloco alertaram que não reconhecerão as eleições deste ano no país sul-americano se a candidatura de Machado não for permitida. O texto da resolução destacou que a União Europeia não irá considerar o envio de nenhuma missão de observação eleitoral à Venezuela caso determinadas condições não sejam cumpridas, como a participação de Machado, que foi inabilitada pela Justiça para exercer cargos públicos por um período de 15 anos.

A reação da oposição venezuelana à resolução foi de satisfação. Eles reiteraram que o acordo firmado em outubro entre o governo e a oposição em Barbados para a realização de eleições deve ser respeitado. María Corina Machado, ao agradecer à União Europeia, afirmou que a resolução é um avanço para assegurar eleições limpas na Venezuela.

Por outro lado, a Assembleia Nacional venezuelana, controlada pelo chavismo governante, classificou a resolução do Parlamento Europeu de “infame e insolente”. A denúncia é que, com essa ação, pretende-se “acobertar as ações terroristas planejadas para assassinar o presidente Nicolás Maduro”, das quais a oposição é acusada.

O acordo de Barbados aponta que as eleições presidenciais devem ser realizadas “no segundo semestre de 2024” e reconhece o direito das partes a “selecionar seu candidato para as eleições presidenciais de forma livre”.

María Corina Machado havia sido eleita como candidata da oposição em 22 de outubro em um processo de primárias. No entanto, ela foi inabilitada em junho pela Controladoria, que a acusa de atos de corrupção durante o período em que Juan Guaidó foi reconhecido por diversos países como dirigente legítimo da Venezuela. O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) confirmou a inabilitação de Machado, bem como a do duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles.

Além disso, os eurodeputados exigem que a Venezuela “acabe imediatamente com a perseguição da vencedora das eleições primárias e, portanto, candidata plenamente legítima da oposição ao regime”. Eles também pedem que os Estados-membros da UE mantenham as sanções impostas ao regime de Maduro e que a própria UE adote sanções contra os magistrados do TSJ.

Essa resolução vem em um momento delicado para a Venezuela, em meio a um contexto de instabilidade política e econômica no país. A atuação da União Europeia reforça o apoio à oposição venezuelana e coloca pressão sobre o governo Maduro para que respeite as condições pré-estabelecidas para a realização das eleições presidenciais.

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