Segundo o comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, metade dos pedidos de envio de ajuda humanitária para o norte de Gaza foram rejeitados desde o início do ano. A situação é agravada pela falta de autorização para a entrega de alimentos naquela área, que já dura duas semanas.
O acesso dos caminhões que levam a ajuda humanitária a Gaza depende de autorização de Israel, que recentemente acusou funcionários da UNRWA de estarem envolvidos em ataques no território israelense. Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, que controla a região, resultando em ofensivas contra Gaza e ordens para que os residentes do norte do território se desloquem para o centro e sul.
Atualmente, mais da metade dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza procuraram refúgio na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa, na fronteira com o Egito. No entanto, centenas de milhares de pessoas permanecem no norte e no centro da região, onde a situação tem sido descrita como “um deserto onde reinam a fome e o desespero”.
As ONGs enfrentam dificuldades inclusive para chegar a essas áreas. A organização World Central Kitchen, liderada pelo chef José Andrés, observou que pode levar alimentos ao norte de Gaza apenas um número limitado de vezes por semana, devido a bloqueios e ataques.
Em visita à região nesta semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, lançou um novo pedido para aumentar a ajuda ao território, mas Israel afirma que o Hamas desvia a ajuda para suas próprias fileiras. A crise humanitária em Gaza é um sério problema que exige uma resposta imediata para evitar um desastre ainda maior na região.